sábado, 4 de agosto de 2012



Na hora da saudade, da tristeza, do desamparo,
é com ele que contamos: o tempo.
Queremos dormir e acordar dez anos depois
curados daquela idéia fixa que se instalou no peito,
aquela obsessão por alguém que já partiu de nossas vidas.
No entanto, tudo o que nos invadiu com intensidade,
tudo o que foi realmente verdadeiro e vivenciado
profundamente não passa. Fica.
Acomoda-se dentro da gente e de vez em quando cutuca,
se mexe, nos faz lembrar da sua existência.
O grande segredo é não se estressar com este inquilino incômodo,
deixá-lo em paz no quartinho dos fundos
e abrir espaço na casa para outros acontecimentos.

Martha Medeiros

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